Para ele, o grau de investimento, somado à percepção de que o Brasil está descolado da crise americana, fará o dinheiro voltar a aparecer. “Tivemos três anos de investimentos, seguidos pela apreensão com a crise americana. As empresas deram uma pausa para reavaliar a situação, mas o dinheiro voltará. Já percebemos interesse de investidores, por exemplo, nos fundos que nossa empresa administra, e recebemos consultas de investidores asiáticos sobre a atividade imobiliária no País”.
O especialista considera que os excelentes fundamentos atingidos pelo mercado imobiliário – inflação sob controle, juros mais baixos e investment grade – trarão investimentos em torno de R$ 100 bilhões nos próximos cinco anos.
Segundo ele, o interesse estrangeiro pelo mercado imobiliário brasileiro é diversificado, vai desde imóveis comerciais locados e residenciais em construção a shoppings. O grande estímulo é o potencial de valorização das unidades. “Comparando-se os imóveis daqui com parâmetros de fora, imóvel aqui é barato. Lá fora os aluguéis são muito caros. Considerando que o Brasil, como membro do clube do grau de investimento, não deveria ter muita discrepância em relação a outros países, é natural alguns investidores apostarem na valorização do imóvel brasileiro e é isso que eles perseguem”, explica.
No México, a conquista do investment grade fez com que o país passasse a receber investimentos superiores a R$ 10 bilhões por ano, sendo que grande parte das operações tinha a participação de estrangeiros.
Aqui, os bancos nacionais e internacionais já estão bastante agressivos e há empresas crescendo de maneira consistente tanto em novos empréstimos como em securitização. “Estamos quebrando paradigmas e vivendo uma fase que historicamente não tem comparação. Não existe no horizonte nada que coloque em risco o sucesso desse segmento. A demanda hoje chega a 7 milhões de moradias – a maior parte em baixa renda, mas também há classe média e alta. É muita coisa”, analisa.